No palco, a Cia Casa Amarela, de Catanduva, liderada pelo casal Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues apresenta um espetáculo inspirado na história de Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro O Pequeno Príncipe. A peça, que marca os 22 anos do grupo, é uma tocante e sensível reflexão sobre nossos medos e sonhos.
Com leveza e poesia, a peça O Príncipe traz à tona como Antoine enfrenta seu destino com a ajuda dos personagens que marcaram sua obra: o Príncipe, a Raposa e a Rosa. Antoine quer partir para sua última missão, porém tem muitas coisas pendentes em sua vida, principalmente com a Rosa. O Príncipe e a Raposa o ajudam a descobrir o caminho.
Carlinhos Rodrigues conta que criar um espetáculo a partir do livro O Pequeno Príncipe sempre foi um sonho o grupo, no entanto, a obra passou a ser de domínio público e inúmeras companhias teatrais fizeram suas adaptações, e eles não queriam fazer só mais uma peça sobre a história. Além disso, o grupo queria algo mais.
Neste cenário, o grupo conhecido por trabalhar com biografias de artistas, decidiu pesquisar a vida de Saint-Exupéry. “Nos deparamos com um excelente mote para produzir um espetáculo com a assinatura da Cia da Casa Amarela, inclusive com informações que o grande público desconhece e que oferecem um entendimento mais amplo, profundo e histórico sobre a mais famosa obra do autor francês.”
Rodrigues conta que Saint-Exupéry já era um autor de sucesso em 1943, durante a Segunda Grande Guerra. Ele estava inquieto pois queria deixar uma mensagem de esperança aos homens. Então, seu editor teve uma ideia de publicar um livro infantil e pediu que Saint-Exupéry o fizesse. “Tudo nasceu de um desenho do autor quando conversava com o editor. Ele rabiscava um menino no papel. Indagado sobre o que se tratava, respondeu ‘é apenas o menino que mora no meu coração’. Daí, nasceu o clássico.”
O ator e diretor conta que há muitas informações sobre Saint-Exupéry que o público desconhece. “Ele dedicou seu livro a Léon Werth, que era judeu e sofria na Europa com a guerra. Tudo isso nos inspirou para colocar o homem Antoine de Saint-Exupéry em cena, com seus personagens, antes de fazer sua última viagem de avião, como piloto a serviço militar.” No livro, Antoine de Saint-Exupéry colocou pessoas importantes de sua vida. Ele mesmo no papel do Pequeno Príncipe; seu amigo Léon Werth como a Raposa, e sua esposa, Consuelo, como a Rosa.
Na produção da Casa Amarela, Ian, que é filho de Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues, é o Pequeno Príncipe; Drika faz a Rosa, e Rodrigues, Saint-Exupéry. O ator e bailarino André Perosa vive a Raposa.
Ian, que tem 11 anos e já havia atuado na peça El Día que me Quieras, de 2012, e em O Voo do Menino, em 2014, agora volta a cena numa posição importante. “As peças continuam sendo apresentadas, porém ele está crescendo. Agora é um pré-adolescente e emprestou muita poesia e sutileza ao personagem. Participa de todo processo de pesquisa, dramaturgia e encenação. Encara tudo com muita seriedade ao mesmo tempo que se diverte. Hoje, não conseguimos imaginar outro príncipe”, revela Rodrigues.
Produção investe em sentimentos
O artista explica que eles buscaram trabalhar com o onírico, imaginário e a licença poética que o próprio autor inspira, assim como a verdade dos sentimentos. “Enquanto os figurinos são clássicos, a interpretação é inovadora, pois já vimos muitas produções esbarrarem e permanecerem apenas no imagético, sem assumir o sentimento profundo do autor. No geral, produtores e diretores têm medo de investir em sentimentos porque se trata de uma obra para crianças.
Justamente por isso, buscamos a mesma honestidade de Antoine de Saint-Exupéry ao falar com o público infantil e infanto-juvenil.” Segundo o ator, não há concessões, pois é um momento único e o grupo não pode fugir da oportunidade de fazer teatro com inteligência e sensibilidade. “As crianças de hoje querem verdade e honestidade, inclusive no teatro e os temas que envolvem O Pequeno Príncipe são eternos e necessários”, afirma Rodrigues.
http://www.diariodaregiao.com.br/cultura/teatro/o-principe-da-casa-amarela
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
Antoine de Saint-Exupéry
Com leveza e poesia, a Cia da Casa Amarela, liderada pelo casal Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues, encantou alunos e professores do Colégio São José, na manhã do dia 21/09, com a apresentação da peça O Príncipe. No espetáculo – inspirado na história de Antoine de Saint-Exupéry -, o Príncipe, a Rosa e a Raposa ajudam Antoine a seguir seu caminho e partir para sua última missão.
No debate, ao final do espetáculo, Carlinhos e Drika revelaram informações sobre Saint-Exupéry até então desconhecidas pelo público: “Antoine dedicou seu livro a seu grande amigo Léon Werth, que era judeu e sofria na Europa com a guerra. Isso nos inspirou para colocar o homem Antoine de Saint-Exupéry em cena, com seus personagens, antes de fazer sua última viagem de avião, como piloto a serviço militar”.
Profª Cláudia F. Conter Pinheiro (Língua Portuguesa)
cpinheiro@csj.g12.br
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