Anualmente, é desenvolvido no Colégio Agostiniano São José um projeto educativo que visa ao conhecimento de Arte Sacra, através do estudo, da observação, da comparação, com visita orientada e confecção de formas artísticas voltadas a esse tipo de arte.
Arte Religiosa e Arte Sacra não têm o mesmo significado, embora, muitas vezes, elas se entrelaçam.
Falamos de Arte Religiosa de um modo diferente, pois um quadro ou uma escultura pode ser elaborado sob a inspiração de Deus, mas não se presta a rituais e celebrações, tais como missas e cerimônias voltadas ao sagrado. A Arte Sacra é diferente, no sentido de englobar os símbolos que se perpetuaram através dos tempos na cristandade.
A arte sacra popular não apresenta formas voltadas às coisas perfeitamente lapidadas, enquanto a arte sacra clássica revela artistas com talentos que sublimam o que se tem na terra e se ligam às coisas de Deus. A arte religiosa é um reflexo da essência humana, um processo interno do artista, sua imagem do amor divino. Ela é, assim, subordinada à religião institucional. A arte sacra está, portanto, impregnada dessas características, mas diferencia-se por ser imanente ao culto sagrado. Sua intenção é despertar nos fiéis emoções puras e singelas, revelar-lhes a visão do Céu ainda na Terra, um lampejo da perfeição. Mas essas obras, distintas das cristãs em geral, não devem chocar os frequentadores das Igrejas nas quais estão expostas, nem ferir suscetibilidades, muito menos criar controvérsias ou questionar dogmas e conceitos religiosos. Seus fins são estritamente pragmáticos.
Houve o predomínio, durante muito tempo, dos exageros do período Barroco, período da Contrarreforma nascidos da ilusória ideia de que tudo relacionado a Deus deve ser excessivo, grandioso, envolto em camadas de ouro, cores, brilhos e suntuosidades. Movimentos, como os dos franciscanos que pregam a simplicidade e a beleza, nasceram para estabelecer entre a grandiosidade e a simplicidade da essência divina um ponto de equilíbrio. No Vaticano e em algumas importantes Catedrais do mundo, vigora ainda o reinado do ouro e dos exageros. No Brasil, predomina o Barroco Mineiro, com destaque para Manuel da Costa Atahíde e Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, conhecidos mundialmente. A Arte Sacra foi a primeira expressão artística no Brasil colonial.
Em São José do Rio Preto – SP, existem vários templos católicos que possuem estilos diferentes, que passeiam entre o popular, o acadêmico e o moderno.
Com os alunos dos 9ºs anos A, B e C do Ensino Fundamental, empreendemos uma visita para que fossem constatadas em cada local as semelhanças e diferenças entre o sagrado e o religioso (arcos, torres, pinturas, imagens e vitrais).
Paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração – Redentora, uma igreja que abriga esculturas em madeira e obras de José Antônio da Silva (Via Sacra), uma convivência harmoniosa entre o moderno, o clássico e o popular.
Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida – Boa Vista, A igreja foi construída em estilo neorromânico, possuindo 50 metros de comprimento por 20 de largura e 12 de altura, com sua torre tem 52 metros, e 13 altares em mármore. Contexto que a deixa majestosa e imponente.
Igreja Ortodoxa Antioquina de São Jorge (São José do Rio Preto) – Em 15 de novembro de 1936, foi lançada a pedra fundamental da referida igreja, sonho da comunidade árabe de São José do Rio Preto.
A pintura interna da igreja é em estilo que lembra o bizantino, com seus ícones e mosaicos
Catedral de São José – A ocupação da região de Rio Preto começou, em 1840, com a vinda de famílias até então residentes em Minas Gerais. A 19 de março de 1852, deram início a uma povoação construindo uma pequena capela em honra a São José, no patrimônio doado à Igreja por Luís Antonio da Silveira.
O desenvolvimento da região era tão grande que o governo criou o Município em 19 de abril de 1894 e a Comarca em 09 de junho de 1904. A Vila teve um surto de desenvolvimento ainda maior e passou à categoria de Cidade. Em 1912, um feliz acontecimento veio aumentar ainda mais o desenvolvimento da cidade: os trilhos da Estrada de Ferro Araraquarense – EFA.
Novos habitantes começaram a chegar, imigrantes vindos principalmente da Itália, Portugal, Espanha e Líbano. Hoje em dia é uma das cidades mais formosas e prósperas do Brasil, com extraordinário potencial de desenvolvimento.
A Capela dedicada ao padroeiro São José construída por volta de 1852, provavelmente, sob a orientação de Pe. J. Ferreira da Rosa, vigário de Araraquara, é consagrada, dois anos mais tarde, pelo Pe. José Maria de Oliveira, também daquela cidade. Finalmente, em 1857, recebe Provisão, sendo oficialmente instituída Capela. Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de São Paulo, determina a criação da Paróquia de São José concedendo-lhe provisão no dia 15 de janeiro de 1882. Três anos antes (1875), a Lei Provincial nº 4 já determinara que a Capela fosse elevada a foros de Freguesia. Seu primeiro pároco, o Padre José Bento da Costa, toma posse.
O nome de São José foi escolhido em cumprimento à promessa do doador do patrimônio e por ser devoção bastante difundida entre os moradores da região.
Em 1929, Rio Preto é elevada a Diocese. A Matriz de São José assume o seu papel de Catedral, igreja-mãe de toda a Diocese, quando Dom Lafayette Libânio assume o bispado em 20 de janeiro de 1931.
A construção da Matriz se fez ao longo de mais de dezoito anos (1912-1930), com diversas interrupções. Em 1931, estava concluída externamente. Seu interior começou a ser decorado a partir dos anos quarenta, com o artista Antônio Ferrante.
Durante sua história, a paróquia foi atendida por religiosos jesuítas e beneditinos, e por sacerdotes diocesanos. Durante décadas, a velha Matriz serviu de Catedral. Por determinação do segundo bispo diocesano, Dom José de Aquino Pereira, que desejava dar um templo novo à sede da Diocese, a partir de 1973, foram iniciados os trabalhos de demolição da velha Matriz e a edificação do novo. Ele foi construído no mesmo local onde a primeira capela deu origem à cidade.
Em 1977, Pe. Santo Marini, responsável pela construção, falece e os seus sucessores modificam o projeto original. Texto: Nilce Lodi
Fechando nosso ciclo de visitas, fomos à Praça Rui Barbosa e de lá para o Mercado Municipal, terminando nosso passeio entre pastéis, doces e sorvetes.
Foram manhãs de convivência, aprendizado e muito companheirismo entre todos.
Prof. Roberto Ferrari
rferrari@csj.g12.br
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