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Os anos
60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos.
Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era
o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se
tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua
voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela
primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos.
Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de
liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Algumas personalidades de características diferentes, como as
atrizes
Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn,
Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton,
Veruschka ou cantoras como Joan Baez,
Marianne Faithfull e
Françoise Hardy, acentuavam ainda mais
os efeitos de uma nova atitude.
Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a
minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua
criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia
não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que
passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda
das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint
Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo safári], foram
atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas
quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas
as naturais, sempre muito usadas.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a
generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança,
tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.
O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola.
Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente
masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em
1966].
A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e
1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros
parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu
na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de
luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e
necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante
passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.
Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções,
a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o
grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas
emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais
tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita
música e atitude jovens.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o
público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram
clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis
de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com
caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou
nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o
logotipo de margarida, sua marca registrada.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto.
Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas
eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.
A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos
início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam,
especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão.
Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e
botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um
clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador
e até mesmo o terno de Mao.
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