Missa em Ação de Graças
Santo Agostinho
agosto/2009
Dia 28 de agosto
Transmitida ao vivo pela Rede Vida de Televisão diretamente do Santuário da Vida
SANTO AGOSTINHO: VIDA E OBRA
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício, pagão e voltado para o materialismo da época, e de Mônica, profundamente cristã, que depois se tornaria santa. A influência dos pais foi muito grande, primeiro a de Patrício, depois a de Santa Mônica.
Estudante e Professor
Agostinho realiza os primeiros estudos em Tagaste, indo depois a Madaura. Aos 17 anos vai a Cartago, onde Romaniano, amigo do pai, o ajuda e se torna seu protetor; durante três anos se dedica ao estudo e à leitura de livros, entre os quais destaca-se o “Hortênsio” de Cícero, que o impressiona profundamente.
Aos 20 anos volta a Tagaste como professor, com uma mulher e um filho, Adeodato, retornando pouco depois para Cartago também como professor. Depois torna-se professor em Roma e, a seguir, vai para Milão, onde ganha a cátedra de retórica da casa imperial e desenvolver também a atividade de professor de retórica.
Agostinho sentia, apesar de tudo, seu coração vazio, inquieto. Não era feliz. Procurou a felicidade em muitos lugares, mas não a encontrava. Seu coração inquieto não achava a verdade e a paz que desejava.
Sua mãe encontra-o em Milão e anima-o a frequentar as pregações de Santo Ambrósio.
Conversão
Foi uma longa caminhada e luta para transformar seu coração, mas no mês de agosto de 386, meditando no jardim, ouve uma voz de criança que diz “Tolle et lege” (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo lê: “Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade”. As dúvidas se dissipam e é neste momento que culmina todo o processo de sua conversão. Encontrando Deus no seu coração achou a felicidade, a paz e a verdade que procurava. No ano seguinte, na Vigília da Páscoa é batizado.
Vida em Comunidade e tarefa de Bispo
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Ele vive em comunidade, tentando seguir o ideal das primeiras comunidades cristãs, na pobreza e na partilha. A comunidade eclesial de Hipona estava formada em sua grande maioria por pobres. Agostinho se fazia a voz destes pobres, falando por eles na Igreja, indo até as autoridades para interceder por eles e ajudando-os naquilo que podia. Entre as funções que o bispo tinha estava a de administrar os bens da Igreja e repartir o seu benefício entre os pobres, também a de acolher os peregrinos, ser protetor dos órfãos e viúvas... Agostinho realiza todas elas como um serviço aos pobres e à Igreja. Também tinha o bispo que exercer a função de juiz, tarefa que desagradava em extremo a Agostinho, mas que também exerceu com objetividade, justiça e caridade.
Escritos
Agradava muito mais a Agostinho a prática da oração, o estudo
e escrever. Agostinho escreveu um enorme número de obras: um total de 113,
sem contar as cartas –das quais se conservam mais de 200- e os Sermões. A
maior parte das obras de Santo Agostinho surgiram por causa dos problemas ou
das preocupações que atormentavam a Igreja do seu tempo; é por isso que em
suas obras estão presentes as polêmicas em que ele mesmo esteve envolvido,
principalmente contra os maniqueos (seita da qual ele mesmo fez parte antes
da conversão e que defendia um confuso dualismo cósmico – o bem contra o mal
sempre em conflito um com o outro- e desvalorizavam de forma perversa tudo o
criado), os donatistas (que atribuíam a eficácia dos sacramentos unicamente
ao ministro, negando sua ação, como sinal eficaz da graça e ainda se
consideravam a “Igreja dos santos”) e os pelagianos (que defendiam que o
homem se salva por suas próprias forças, sem precisar da graça de Deus).
Além destas obras destinadas a combater os adversários e inimigos da Igreja,
Agostinho escreveu outras de diverso conteúdo: no campo exegético
(principalmente os Comentários ao Gênesis, São João e os Salmos), no
dogmático (“Sobre a Trindade”), no Pastoral (“Sobre a Catequese dos
simples”). Mas, dentre todas as obras, destacam dois pela
genialidade: “A Cidade de Deus”, que representa a primeira tentativa de
fazer uma interpretação cristã da história, e “As Confissões”, onde
Agostinho manifesta sua fraqueza, que gera o mal, e a Deus, fonte de todo
bem e Verdade absoluta; as “Confissões” são um louvor à Graça de Deus. A
obra e o pensamento de Agostinho ultrapassam os limites de sua época e
exercem uma grande influência na Idade Média e também na nossa época. A
influência de Agostinho acontece nos diversos campos do pensamento, da
cultura e da vida religiosa. Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430
e seus restos, depois de longa peregrinação descansam na cidade de Pavia, no
norte da Itália.
Disponível em:
www.agostinianos.org.br