Queridos pais, alunos, professores e colaboradores,
01 de outubro de 2018
Nossa proposta de educação integral deve zelar pela superação do individualismo e da estagnação cultural que prega, sobretudo, que o ser humano encontra-se neste mundo somente para competir e subjugar o outro. Em nossa missão, reconhecemos que temos que preparar o ser humano para o mundo onde “ele habita” e despertá-lo para a construção do mundo que “todos desejamos”. É preciso sentir, a cada dia, prazer ao recordar que se deve ser melhor, não que o outro, mas que si mesmo. Nas palavras do próprio Santo Agostinho: “Supera-te!”.
Há, igualmente, a preocupação de que as longas e intensas jornadas de estudos de nossos jovens venham acompanhadas do esgotamento das forças psíquicas e espirituais. A boa notícia que recordamos, a qual se refere ao comprometimento com uma educação integral, sempre levou o CASJ a zelar pelo conhecimento intelectual, contudo não sem o zelo pelo autoconhecimento, a habilitar nossos jovens à convivência com o outro e à harmonia com o mundo. Trata-se de configurarmos uma educação em prol da existência humana verdadeiramente realizada e socialmente feliz.
Desse modo, com o aprimoramento das competências socioemocionais no CASJ, preocupamo-nos ainda mais com que o equilíbrio entre razão e emoção auxilie ainda mais no desenvolvimento intelectual do aluno, pois, desenvolvendo a “educação do coração”, mobilizamos ainda mais recursos cognitivos, visto que as emoções são fundamentais no processo de consolidação das aprendizagens – matéria já muito investigada por tantos neurocientistas.
Uma escola para o bem-estar: um compromisso de todos
Nesse processo, o envolvimento do corpo docente é de crucial importância, pois tais competências deverão ser implementadas de modo a atravessar e articular todas as disciplinas rumo a esse propósito. A tutoria, por exemplo, a qual já exerce uma função de tamanha excelência em nossa instituição, terá ainda mais espaço com nossos alunos e, para isso, mais momentos de aperfeiçoamento terão espaço em nossa programação.
Tenho dito que este núcleo socioemocional, que pede ainda mais espaço a partir da nova BNCC, é para mim um grande facilitador do bem-estar. Todos somos agentes conscientes do desenvolvimento integral de nossos alunos, o qual envolve e compromete gestores, coordenadores, professores, colaboradores, famílias e alunos a trabalharem por este mesmo ideal, pois teremos maior satisfação de pertencermos à mesma instituição escolar, se ela continuar sendo um lugar de desenvolvimento do bem-estar, que favoreça o aluno a cultivar a empatia, criar vínculos e colher, em tudo isso, o mais gratificante: o prazer e a satisfação de acolher o mundo do outro, poder mais bem exercitar práticas de compreensão e comunhão com ele. Assim, seremos mais felizes e poderemos enfrentar melhor as “surpresas” da vida se nossa capacidade de empatia for mais desenvolvida, se construirmos relações mais sólidas e se cultivarmos uma maior capacidade de resiliência.
Educação socioemocional: uma missão em prol da educação integral
Um exemplo claro disso é a reflexão sobre o fato de serem as minhas emoções ferramentas ou armas. Sobre isso, uma menção especial deve ser feita a Aristóteles quando tratava de forma magistral sobre elas: “senti-las na ocasião apropriada, com referências aos objetos apropriados, para com as pessoas apropriadas, pelo motivo e pela maneira conveniente”. A boa notícia é que tudo isso se pode aprender.
O sonho da educação integral, sempre priorizado por nosso colégio, precisa sempre ser enriquecido, afinal estamos num mundo de constantes mudanças. Porém, o homem que compete e que zela pela inteligência – questões nunca esquecidas por nós – ainda é o mesmo homem que anseia por felicidade.
Logo, desenvolvendo a educação da mente e do coração, ajudamos a despertar a sensibilidade do agir: formar não só o cidadão ou o profissional, mas a pessoa, o ser humano, agente de transformação social que se humaniza e transforma o mundo.
Fraternal abraço a todos,
Pe. Fabio Teixeira dos Santos, OSA.