Contos de Adivinhação

Produções dos alunos

novembro/2010 

João Adivinhão

 

 

                        Era uma vez um escravo chamado João Adivinhão. João Adivinhão era um escravo pobre, morava numa senzala, era maltratado pelo capataz. Mas ninguém sabia que ele era um adivinhão.

            Ganhou muita fama na senzala, até que um dia o capataz bravo perguntou a João.

            ___ Mata essa João: o que é que anda com os pés na cabeça?

            Se João não acertasse, seria chicoteado, mas João nem ligou e disse:

            ___ O piolho.

            O capataz ficou surpreso. Depois contou ao senhor do engenho que o escravo sabia adivinhar.

            ___ Tá bom, vamos ver se ele sabe mesmo – disse o senhor de engenho.

            Na manhã seguinte mandou trazer João ao senhor. Quando chegou, o senhor de engenho estava fumando um charuto e disse:

            ___ Bom dia, João, sei que sabe adivinhar. Então adivinhe minhas adivinhas e ganhará sua carta de alforria. Mas, se não acertar, vai para o tronco!

            Então o senhor de engenho perguntou:

            ___ É um pássaro brasileiro e seu nome é igual de trás para frente.

            João nem vacilou e disse:

            ___ Arara.

            O senhor de engenho ficou surpreso e fez outra pergunta.

            ___ O que é um pontinho verde brilhando no hospital?

            João disse:

            ___ Uma ervilha dando à luz!

            O senhor de engenho e o capataz calaram a boca.

            ___ Essa é a última adivinha. Se acertá-la ganhará a carta. O que é que tem rabo de porco, mas não é porco; tem pé de porco, mas não é porco; tem costela de porco, mas não é porco?

            ___ Feijoada! Pode ir me dando a carta!

            Dois anos depois, João virou o rei dos adivinhões e libertou muitos escravos, casou, teve quatro filhos e foi muito feliz.

 

 

Augusto Cezar Buffulim de Faria – 4º B