Início das aulas... O que se tem de novo?

fevereiro/2012

 

Todo início de ano é comum os alunos ficarem ansiosos para conhecerem o professor, os colegas da turma e os novos conteúdos. Tudo isso é muito válido e sadio. Por outro lado, tudo que parece sadio transforma-se em problema quando o adulto não encoraja uma criança a superar obstáculos.

Convido o leitor para fazer a seguinte reflexão: Um aluno que dominou os conteúdos de um determinado ano escolar, portanto, fez superações no âmbito acadêmico, no próximo ano, não poderá receber o mesmo conteúdo, certo? Esperam-se novos desafios.

Contudo, no que diz respeito aos conteúdos no âmbito pessoal e social, as expectativas são outras, isto é, o aluno quer manter as mesmas relações, “não quer que este conteúdo seja novo”, sendo comum ouvir dos alunos e até mesmo dos pais: “Mas aquele não é meu amigo; ele quer ficar com tal amigo”.

Torna-se, aqui, relevante um exemplo: No momento em que um aluno se depara com um novo conteúdo de Matemática - cálculos - e não possui condição de enfrentamento para superar a “frustração” momentânea, o conflito do não saber, ele precisará ter um encorajamento externo para que sinta segurança em fazer tentativas. Se este Ser Humano está inserido em um ambiente que lhe proporcione coragem e segurança para agir com autoria e transformar a dificuldade em oportunidade, ele terá grande chance de ser bem sucedido. Caso contrário, se fizerem por ele, ele não aprenderá e poderá obter como consequência uma baixa estima de si.

Para o âmbito acadêmico, o fato acima está muito claro. Vamos transferir o mesmo pensamento para o âmbito das relações: Um aluno está diante de uma sala composta por vários alunos e ele não conhece ninguém. Num primeiro momento, o aluno pode ter sensações de desconforto, conflito intrapessoal, assim, essa sensação, num primeiro momento, gera com muito mais frequência vontade de ir embora, de chorar, às vezes raiva, esquiva... Entretanto, se houver estimulação da escola e da família, poderá surgir a necessidade e o desejo de fazer novas amizades. O fato de a instituição estimular novas relações possibilita aprendizagens no campo emocional, o que ajuda, na estruturação de uma personalidade mais sadia pelo ganho de perceber-se capaz de se socializar, vencer obstáculos e experimentar o prazer de novas relações. O desenvolvimento da dimensão relacional é um dos objetivos da educação integral. Por isso, no compromisso contratual da escola com a família se insere a pertinência da formação de turma: competência profissional.

Conclui-se que, quando um aluno possui dificuldade acadêmica, a escola orienta o aluno para mais estudos, não retirando, dessa forma, a dificuldade do aluno, mas sim, gerando oportunidades para que ele enfrente e supere sua necessidade. Em relação ao âmbito das relações, deve-se fazer o mesmo, ou seja, o aluno deve ser estimulado pela escola a desenvolver sua dimensão relacional, interpessoal... Para aprender a ser e conviver... Isto é, para desenvolver seu potencial de relações interpessoais, bem como, a intrapessoal.

Na vida, há como evoluir sem enfrentar o NOVO?

 

Equipe Pedagógica Colégio Agostiniano São José